quarta-feira, 4 de agosto de 2010

7- 1996

- Clara abra a porta, a Carolina está aqui! - Mas que inferno! Hoje ninguém quer me dar um tempo, viu...
- Oii Carol! - ela entra no meu quarto.
- Opa! Vim me despedir de você Clara. Apesar de não estarmos conversando esses tempos... Bem, você foi a minha melhor amiga e eu vou sentir sua falta! - ela me abraça. Essa é a pior parte de ir embora. A despedida. Eu choro e começo gaguejando:
- Ah Carol, eu,eu... nun nunca... vou me esquecer de você aaami miga!!!
Agora nós duas estamos chorando. É uma cena fiel. Eu gosto muito da Carolina ela é amiga de verdade, e é a unica que eu tive até hoje!
Do ombro dela eu avisto o relógio. 14:37
- Carol, vamos descendo já está quase na hora de irmos para a rodoviária!
- Ta legal!

O vento bate nós meus cabelos. Tchau! Tchau Adriana, tchau Mary, tchau Carol, tchau pessoas, tchau sonhos, tchau Gabriel...
Eu ainda tenho 20 minutos aqui na cidade. O ônibus atrasou. Eu vou fazer uma carta, é! E vou colocar ela aqui no banco da rodoviária.

25 de Julho de 1996

Eu estou indo embora. Eu nunca tive muitas alegrias aqui nessa cidade... Mas eu passei a minha vida inteira aqui. Dói. Dói ter que deixar tudo.(Isso é até um pouco de egoísmo, um dia eu vou morrer mesmo. E nem vou poder levar nada, nem o meu amor.) Pra falar a verdade eu nem tenho nada!
Eu tenho medo. O que vai ser da minha vida!? Um amor mau resolvido e várias perguntas sem respostas. Eu não tenho razões, não mesmo. Está tudo uma merda, tudo sempre foi uma merda e eu já me conformei, as coisas vão continuar sendo assim. Eu não sirvo pra nada. Eu tive a minha grande chance com o meu grande amor,mas... Mas eu não sei! Realmente não sei.
Tá bom, agora chega de tristeza, chega de melancolia. Com ou sem razões, chegou a hora de recomeçar!
C.S.

O ônibus chegou. Chegou á hora!

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

6- 1996

Querido diário, esses dias passaram rápido demais. Parece que foi ontem toda aquela briga com a Mary e os convidados da festa. Meus pais e minha avó chagaram há 5 diaas da casa da Tia Carmen.
Eles nem ficaram sabendo da festa. Ainda bem porque eu nem sei o que faria! Não estou indo para escola esses dias. Não sei sobre o Gabriel, a Adriana e nem a Mary, e acho que nem vou ficar sabendo. Eu vou me mudar.
Meu pai aceitou uma proposta de emprego em Jessi, a cidade da tia Carmen. Eu estou indo morar no Rio Grande do Sul! Nossa meu Deus. Minha cabeça está completamente perdida.Eu vou embora! Eu vou ter que deixar o Gabriel e todos os meus sonhos aqui. Eu já chorei, já implorei e fiz de tudo para
a minha mãe me deixar ficar. Mas não tem jeito. Eu terei que ir para Jessi. Tristeza! Eu queria mais um pouco daquelas paradas que a Mary me deu. Eu queria sentir denovo toda aquela sensação de liberdade...

Minhas malas estão quase prontas, eu queria ligar para o Gabriel, eu queria falar com ele, nem que seje pela última vez... Depois da festa ele nem sequer me comprimenta. Mas eu não tenho nada há perder mesmo...

- Alô,
- É a Clara!
- O que você quer ?! - essa arrogância na voz dele é o que mais me irrita. Como o que eu quero ?! ¬¬' Eu quero ele! E esse é o momento para fala tudo o que eu sinto!
- Gabriel eu estou indo embora. Eu vou para Jessi com meus pais. Eu nunca mais vou voltar aqui... E antes de ir embora, eu tenho que te falar. Eu te amo Gabriel! Te amo com todas as minhas forças. Eu sempre te amei, mas espero que agora as coisas mudem. Eu não vou te amar a vida inteira. Eu não quero ser infeliz para o resto da minha vida! - Isso é o que eu chamo de loucura.
Minha voz está controlada demais. Não tem nem uma gota d'agua nos meus olhos. - Eu só te liguei para te falar... Que esteja onde for, e do jeito que estiver, eu nunca vou me esquecer de 14 de fevereiro de 1996! Eu nunca vou me esquecer. - Desligo o telefone. Sim, agora as lágrimas vem. E vem descontroladamente.
Eu me lembro de uma música...



'' The leaves will always fall. Understand. Is the season of life, Open your eyes, open fire...